quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O Momento Atual do Saneamento Básico no Brasil





Este ano, deparamos com muitos assuntos persistentes em nosso país,entre eles: política, protestos, crise financeira, corrupção e crise hídrica. Analisando estes fatos, podemos confirmar que tudo isto afeta problemas que nunca foram solucionamos e suas melhorias ficam estagnadas. Uma dessas consequências é a falta de saneamento básico, que apesar de ter uma evolução na história sempre foi, e é, problema na sociedade brasileira. Confira abaixo um trabalho realizado sobre o saneamento básico no Brasil para tentarmos entender a real situação.

O que é Saneamento Básico ?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. É o conjunto de medidas adotadas em um local para melhorar a vida e a saúde dos habitantes, impedindo que fatores físicos de efeitos nocivos possam prejudicar as pessoas no seu bem-estar físico mental e social, ou seja, é um conjunto de infraestruturas adotadas pelo governo para gerar melhorias. Essas medidas devem ser adotadas pelos três níveis do governo (Municipal, Estadual e Federal) e contemplar o abastecimento de água tratada, coleta e tratamento de esgoto, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais.
Em 2007, após décadas de discussões e diferentes projetos de lei, foi sancionada a Lei Federal 11.445 que estabelece as diretrizes nacionais e a política federal ao saneamento. A partir da nova lei ficou definido que o planejamento do saneamento básico está a cargo do município, e a prestação dos serviços pode ser feito pelo ente público municipal ou por concessionária pública e/ou privada.



Oferta dos serviços de saneamento no Brasil:


  •  Abastecimento de Água;
  • Esgotamento Sanitário;
  • Resíduos Sólidos Urbanos;
  • Drenagem Urbana;
  • Saneamento Domiciliar


 Qualidade dos serviços de saneamento:


  •  Lei N° 11.107/05- Lei de Consórcios Públicos;
  • Lei N° 11.445/07- Lei de Diretrizes Gerais para a Prestação de Serviços;
  • Retomada de investimentos no setor;
  • Programa de aceleração do Crescimento – PAC;

Dados do Saneamento Básico no Brasil


Segundo dados do censo do IBGE, 98% da população tem acesso a agua potável, mas cerca de 17% não tem o fornecimento hídrico, tendo acesso a água através de cisternas, rios.
Rede de distribuição (% Região Geográfica)



·        Norte:             48,0%
·        Nordeste:        66,4%
·        Sudeste:         88,3%
·        Sul:                 80,0%
·        Centro Oeste: 73,2%
Sendo:
  • 5.391 Municípios com rede de distribuição (97,9%)
  • Companhias Estaduais: 68,8 % dos Municípios
  • Outras Formas: 31,2%dos municípios.


Em relação à rede sanitária o número cai, vai para 79% comprovando que temos muitos domicílios situados em localidades com esgoto a céu aberto.
Sendo:
  • 2.877 municípios
    com sistema por rede de coleta (52,5%)
  • Companhias estaduais: 26,7% Municípios
  • Outras Formas: 73,3% Municípios.



Cerca 76,4% da população contam com serviços públicos de coleta de lixo.

Região Geográfica
·        Norte:             54,8%
·        Nordeste:        58,1%
·        Sudeste:         89,4%
·        Sul:                 82,5%
·        Centro Oeste: 81,6%

70,7 dos municípios brasileiros utilizam lixão como solução final para resíduos sólidos urbanos.


Aspectos Gerais do Saneamento


  • A média de consumo de água dos brasileiros em 2013 foi de 166,3 litros (uma pequena queda de 0,7% com relação a 2012).
  • Menor consumo no Nordeste (125,8 litros); maior consumo no Sudeste (194 litros);
  • O setor de saneamento gerou 727 mil empregos diretos e indiretos em todo o país com receitas totais, em água e esgotos, de R$91,6 bilhões;
  • A Amazônia detém a maior quantidade de água doce do Brasil, 73% de toda vazão hídrica.
  • Mas o acesso ao saneamento nos 771 municípios da região está entre as piores do país.
  • 26,4% dos domicílios dependem de poços e nascentes. 13,2%, de outras formas, como lagos, açudes e caminhões pipa.
  • A coleta de esgoto também está abaixo da média nacional: 14,6% na Amazônia 38,7% no Brasil.
  • A fossa rudimentar é a principal forma de descarte, presente em 49,2% dos municípios.
  • Rondônia e Amapá são os estados em pior situação, com 6% de coleta de esgoto.
  • Em Rondônia, 61% das famílias obtém água através de alternativas à rede geral.
  • As doenças causadas pela ingestão de água de má qualidade têm alta incidência na Amazônia.
  • O Acre possui a maior incidência de Hepatite A do país: 69 casos por 100 mil habitantes.
  • O Maranhão é o estado com maior número de internações por amebíase: 32 a cada 100 mil/hab.

Saneamento é Preservação
     Em 2010, as perdas de faturamento das empresas operadoras com vazamentos, roubos e ligações clandestinas, falta de medição ou medições incorretas no consumo de água, alcançaram, na média nacional 37,5%;

Índices de Perdas por região:
  • 51,55% região Norte; 44,93% na região Nordeste; 32,59% na região Centro-Oeste; 35,19% na região Sudeste; e 32,29% na região Sul;
  • Uma redução de apenas 10% nas perdas no Brasil agregaria R$ 1,3 bilhão à receita operacional com água, equivalente a 42% do investimento realizado em abastecimento de água em 2010 para todo o país;
  • O Brasil possui quase 13% dos recursos hídricos superficiais do planeta. No entanto, 73% deles concentram-se na bacia hidrográfica amazônica, onde mora apenas 4% da população brasileira;
  • Os rios Tietê (SP), Iguaçu (PR) e Ipojuca (PE) estão entre os mais poluídos do Brasil. O Tietê, por exemplo, recebe 690 toneladas de poluentes por dia, principalmente esgoto doméstico sem tratamento.
  • 3.500 piscinas olímpicas de esgotos são despejadas em rios, mares e cursos d’água, apenas pelas 100 maiores cidades brasileiras.
  • Imóveis em áreas com saneamento chegam a valer quase 14% mais do que outro em área sem os serviços.
  • A valorização dos imóveis chegaria a R$ 178,3 bilhões, portanto, sozinha, compensaria parcialmente o custo da universalização do saneamento para o Brasil, que foi estimado em R$ 313,2 bilhões pelo estudo.


Saneamento é Turismo 

No turismo, estima-se que a universalização criaria quase 500 mil postos de trabalho (hotéis, pousadas, restaurantes, agências de turismo, empresas de transportes de passageiros, etc.)
A renda gerada com essas atividades alcançaria R$ 7,2 bilhões por ano em salários e um crescimento de PIB de mais de R$ 12 bilhões para o país.

Saneamento é Trabalho 

Em 2012, cerca de 300 mil trabalhadores se afastaram do trabalho por diarreias e perderam 900 mil dias de trabalho. 37,0% concentrou-se na região Sudeste do país e 27,1%, no Nordeste, cada afastamento leva à perda de 17 horas de trabalho.Resultado: em 2012 houve um gasto de R$ 1,112 bilhão em horas pagas, mas não trabalhadas efetivamente. A probabilidade de uma pessoa com acesso a rede de esgoto faltar as suas atividades normais por diarreia é 19,2% menor que uma pessoa que não tem acesso à rede;
Com a universalização do saneamento seriam 196 mil dias a menos implicando numa redução de custo de R$ 258 milhões por ano;
Trabalhadores sem acesso à coleta de esgoto ganham salários, em média, 10,1% inferiores aos daqueles que moram em locais com coleta de esgoto;
Estima-se que a elevação de 6,1% na massa de salários do país, que hoje está em torno de R$ 1,7 trilhão, possibilitaria um crescimento da folha de pagamentos de R$ 105,5 bilhões por ano.
O Setor de saneamento gerou 727 mil empregos diretos e indiretos em todo o país com receitas totais, em água e esgotos, de R$ 91,6 bilhões

Saneamento é Saúde 

Cada Um Real investido em saneamento gera economia de R$ 4  na saúde;
Em 2013, segundo o Ministério da Saúde (DATASUS), foram notificadas mais de 340 mil internações por infecções gastrintestinais no país.O custo de uma internação por infecção gastrintestinal no Sistema Único de Saúde (SUS) foi de cerca de R$ 355,71 por paciente na média nacional.
Se 100% da população tivesse acesso à coleta de esgoto haveria uma redução, em termos absolutos, de 74,6 mil internações. 56% dessa redução ocorreria no Nordeste
Em 2013, 2.135 morreram no hospital por causa das infecções gastrintestinais. Se todos tivessem saneamento básico haveria redução de 329 mortes (15,5%).
Em 2011, 396.048 pessoas foram internadas por diarreia no Brasil. Dessas, 138.447 eram crianças menores de 5 anos.
Os gastos do SUS com internações por diarreia foi de R$ 140 milhões. Somente nas 100 maiores cidades este gasto foi de R$ 23 milhões, ou seja, 16,4% do total;
Nas 100 maiores cidades do País, 54.339 pessoas foram internadas por diarreias; 28.594 delas foram crianças entre 0 e 5 anos de idade (53% do total);
O Norte e o Nordeste aparecem como as áreas com as taxas mais elevadas de internações por diarreias – 7 das 10 cidades com pior desempenho foram dessas regiões;
O município de Ananindeua (PA) foi o caso mais crítico, com a pior taxa de internação em todos os anos analisados (acima de 900 internações por 100 mil habitantes). Gastos de R$ 314 mil por 100 mil habitantes;
Taubaté (SP) é o município com o menor gasto por internação por diarreias, o gasto total foi de R$ 721,00 por 100 mil habitantes;
Analisando os índices de atendimento em coleta de esgoto em 2010, o estudo apontou que em 60 das 100 cidades os baixos índices de atendimento resultaram em altas taxas de internação por diarreias.

Saneamento é Educação 

A universalização do acesso à coleta de esgoto e água tratada traria uma redução de 6,8% no atraso escolar dos alunos que vivem em regiões sem saneamento;
A diferença de aproveitamento escolar entre crianças que têm e não têm acesso ao saneamento básico pode chegar a 18%

Conclusão

Podemos concluir que o saneamento é fundamental para todos, e que o Brasil está evoluindo nesse aspecto. O que impede que todos tenham 100% de saneamento são os aspectos sociais e a parte territorial onde temos diferenças econômicas, estado desenvolvido: saneamento médio/bom, estado precário: saneamento ruim/péssimo, sendo assim, não tem um equilíbrio.
 Percebemos também a importância de termos água de qualidade e rede de esgoto em todas as cidades, evitando doenças como a diarreia que mata milhares de pessoas todo ano ,  e consequentemente, com esses itens básicos ,com certeza contribuiria muito para a  economia. Apesar do momento conturbado que vive o Brasil acredito que o saneamento vai chegar a todos os municípios brasileiros e o governo vem com programas para que isso aconteça como o PAC 2. O governo estimula que para ter saneamento básico em todo o pai será necessário um investimento de cerca de 270 bilhões e já vem trabalhando para que isso aconteça. O PAC vai liberar cerca de 40 bilhões. Precisamos nos preocupar também com o a falta de coleta e tratamento de esgoto.
Segundo dados do IBGE, quase 100 milhões de brasileiros vivem sem coleta de esgoto, que contamina os solos, corre a céu aberto e é fonte de graves doenças, responsáveis por 30% de nossa mortalidade. Do esgoto coletado, o Brasil trata apenas 10. O resto vai direto para os rios. Deveríamos priorizar essas ações, aplicando saneamento básico em áreas urbanas e rurais, ampliando e melhorando a coleta e o tratamento do lixo e do esgoto, sobretudo na Amazônia e no Nordeste.
Com isso, conseguiríamos uma recuperação extraordinária dos rios e do litoral, de seus peixes, da flora e da fauna. Ainda garantiria a redução da mortalidade infantil e a melhoria da saúde para mais de 100 milhões de pessoas.   

Fonte: 
http://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/atualidades/falta_de_saneamento_e_o_pior_problema_ambiental
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_471143.shtml



Anterior Proxima Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário

Mais lidas da semana

Tecnologia do Blogger.

Seguidores